Sexualidade humana
- A sexualidade humana não se resume à expressão genital; a sexualidade humana é também a condição psíquica do desenvolvimento da vida afectiva, da relação com “o outro” e do senso do desejo. Nesta dupla perspectiva identitária – genitalidade e psiquismo – insere-se o enriquecimento da relação heterossexuada1 que culmina na procriação.
- A origem da pulsão sexual é inconsciente – exprime-se progressivamente na vida psíquica mediante um sistema de representações que o sujeito se dá a si mesmo, através do tempo e das suas primeiras experiências afectivas.
- O objecto da pulsão sexual humana não é determinada biologicamente.2 A escolha do objecto depende do modo como a criança vive os seus estádios de desenvolvimento e de maturação da sua sexualidade.
- Se a identidade sexual da pessoa ou sujeito é um dado objectivo, a "orientação sexual" determina-se de um modo tal que o sujeito fará o tratamento psíquico e cultural adequado da diversidade das pulsões sexuais parciais – por exemplo, vouyerismo, exibicionismo, sado-masoquismo, homossexualidade, travestismo, trans-sexualismo, pedofilia, necrofilia, etc. Na melhor das hipóteses, acontecerá uma continuidade psíquica entre a identidade sexual e a "orientação sexual".
- A pulsão sexual harmoniza-se progressivamente — ao longo da infância e da adolescência — com o funcionamento global da personalidade.3 A criança aprende a estar em relação com pessoas do sexo oposto descobrindo o sentido do amor. Caso isto não aconteça, a criança arrisca-se a permanecer numa situação imatura4 de vivência narcísica, impulsiva, agressiva e possessiva da sexualidade.
- A identidade sexual propriamente dita depende de uma maturidade efectiva que permite uma articulação e uma continuidade entre a pertença sexuada (pertença a um dos sexos), por um lado, e a expressão da sua sexualidade, por outro lado – o que concede uma autenticidade e uma coerência à personalidade do sujeito.
- A Teoria de Género, que pretende substituir a “diferença de sexos” pela “diferença de sexualidades”, conduz ao erro do pensamento actual quando afirma que a ligação social (as relações que cimentam os laços sociais) pode-se desenvolver a partir de uma qualquer tendência sexual. Trata-se de uma visão utópica e desfasada da realidade concreta e objectiva. Nas sociedades europeias actuais, em geral, a política correcta favorece as rupturas, dissociações e desligamentos no domínio da sexualidade: pretendeu-se separar a procriação, por um lado, da sexualidade, por outro lado; depois, quis-se separar a parentalidade, por um lado, do casal heterossexuado, por outro lado; e agora, mediante a Teoria de Género, pretende-se separar a identidade sexual, por um lado, da sexualidade em si mesma, por outro lado, afim de privilegiar uma qualquer "orientação sexual".
Editado por (OBraga)