Religiões dos Mistérios

Embora tenham existido várias Religiões ou Cultos dos Mistérios, todas elas têm origem nos cultos religiosos do neolítico, nomeadamente nos cultos da mãe-terra e cultos da fertilidade. Os cultos mistéricos podem ser classificados em duas categorias: os Mistérios Gregos e os Mistérios Orientais.

Mistérios Gregos

Culto de Elêusis

São os mistérios mais antigos, a partir do século IV a.C.. Locais de culto associados a Deméter, Perséfone e Iácos. Centrados em duas deusas: a mãe das sementes, Deméter, e a sua filha Perséfone1. Perséfone é raptada por Hades e levada para o mundo inferior, onde se tornou rainha. Durante os meses de Verão, Perséfone podia voltar à Terra, para se encontrar com Elêusis; Perséfone trazia a fertilidade e transmitia esperança num destino positivo no Além.

Culto de Dionísio

Dionísio, deus da Natureza e do vinho, filho de Zeus e de Semele. As raízes mais antigas (Creta) passando pela Trácia, até à Grécia. Culto orgiástico. Chegou a Itália no século II a.C., estendendo-se até ao Mar Negro e ao Egipto como um culto mistérico.

Culto de Orfeu

Orfeu, uma fusão de ideias gregas, trácias e indo-iranianas centradas em Dionísio que fora morto e comido por titãs. O seu coração salvou-se. O ser humano possui uma alma dionisíaca e um corpo titânico2; ele quer salvar-se e tem esperança no Além.

Culto de Samotrácia

Mistério de Samotrácia, importantes para a Grécia oriental e setentrional, formaram-se a partir de cultos ctónicos muito antigos, de épocas anteriores à existência da Grécia, e centravam-se numa grande deusa e nos seus acompanhantes. Assumiram repetidamente versões novas.

Mistérios Orientais

Átis — Cibele

Átis – Cibele : designação lídio-frígia3 de uma divindade materna venerada na Ásia Menor desde o neolítico. Culto da vegetação na Grécia a partir do século VI a.C.. Átis, um deus frígio da vegetação e o companheiro masculino de Cibele, morre por auto-castração, mas continua a ser amante de Cibele. A partir de 204. a.C.: difusão do culto em Roma4, através do culto da auto-castração ou auto-mutilação. A partir do século II a.C.: taurobólio5, esperança de renascimento.

Adónis

Adónis6 foi morto por um javali no decorrer de uma caçada. Esconde-se durante metade do ano no mundo inferior e passa a outra metade na Terra, junto de sua mãe, Afrodite7.

Ísis — Osíris

Ísis é a deusa dos senhores e deusa-mãe. Osíris é o deus dos reis e dos mortos. Hórus é o filho de ambos. Osíris foi morto pelo seu irmão Set8 e Ísis ressuscita-o. Mudança de vegetação, esperança de vida no Além. Na Antiguidade Tardia: Ísis aparece como deusa universal, muito conhecida no império romano; na Grécia, Ísis e Osíris são equiparados a Deméter e Átis.

Mitra

Mitra é um deus indo-iraniano. Chegou à Ásia Menor através da Pérsia. Na época helenista pratica-se um culto mistérico dedicado a Mitra, constituindo uma forma de sincretismo greco-pérsico. Só existem provas da sua existência depois de 100 a.C.. A partir do século II d.C., foi divulgado no império romano por soldados e comerciantes9. Mitra alimenta-se de plantas. Rapta o touro celeste e mata-o, tornando-se o mediador de toda a fertilidade. Por fim, Mitra ascende ao Céu. O culto era reservado aos homens e notava a esperança de participação na ascensão ao Céu.


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Editado por (OBraga)

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