Realidade


Etimologia: do latim res, “coisa”

Sentido Comum: conjunto das coisas que são, ou seja, uma existência objectiva e constatável.

Filosofia: aquilo que é por oposição à aparência ― o ser verdadeiro e intrínseco das coisas.


Se o conhecimento requer um objecto estável, a realidade das coisas poderia identificar-se com a sua aparência sensível, sempre fugaz e cambiante. Platão demonstra que a verdadeira realidade é procurar num mundo inteligível ― o mundo das ideias ― o fundamento de tudo o que existe no mundo sensível (o mundo de que nós temos a percepção através dos sentidos) e que permite o conhecimento. A realidade deve apresentar-nos as coisas tal e qual são, e não apenas tal qual nos aparecem e parecem ser: é a sua verdade (ou o que a razão nos aponta para “verdade”), e como tal identifica-se com um substrato metafísico, suporte das qualidades sensíveis.

Mas como podemos distinguir aquilo que é (que “é realmente”) da representação que temos (das aparências) ? Kant questiona-se sobre isto afirmando que a realidade, para nós, não é mais do que a maneira pela qual as coisas nos aparecem ― é de ordem fenomenal: uma manifestação sensível da coisa; isto é, para nós, a realidade é aquilo que os nossos sentidos percepcionam. E se a realidade não é a verdade, é porque não é tanto um conhecimento, mas mais uma qualidade particular da coisa (objecto) que nos é dada a perceber pelos sentidos.

A realidade opõe-se ao imaginário; mas sem o imaginário o Homem não poderia conceber, supor, isto é, realizar o real. A realidade opõe-se ao ilusório: mas o reflexo de uma árvore não é menos real do que a árvore. A realidade pode ser abstracta ou concreta: a própria alucinação é uma verdade para o alucinado. A passagem da realidade para a verdade é a do facto ao direito, à moral, ou à estética.

artigo incompleto e em esboço — editado por OBraga

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