Opinião

Segundo a definição clássica da filosofia, é um juízo sem fundamento e aviso rigorosos.


Tradução aproximada do grego doxa, pela qual Platão e Aristóteles designam, ora a aparência genericamente recebida das coisas, ora uma opinião verosímil e mais ou menos racional sobre um problema particular.

A doxa (opinião sentenciosa, decisória) opõe-se ao episteme (conhecimento crítico e científico) e à noésis (pensamento racional, em sentido geral) e ao logos enquanto razão e discurso filosófico. A doxa indica até uma crença particular em uma filosofia em oposição à “verdade absoluta” (aletheia).


Por mais que o conhecimento sobre os fenómenos avance com a ciência, existe sempre o limite do conhecimento inerente à condição do ser humano, o que transforma, no limite, todo o saber em opiniões mais ou menos fundamentadas pela lógica. O método científico tem precisamente a função de tentar impedir que teorias científicas sejam opiniões fundamentadas em falsa ciência, como acontece com o princípio da falsificabilidade de Karl Popper.

Segundo Adorno, “a opinião apropria-se daquilo que o conhecimento não pode alcançar, substituindo-o”.

Porém, aquilo a que chamamos de “conhecimento” é baseado na crença da verdade induzida e deduzida à luz da lógica que produz o conhecimento disponível e que é, muitas vezes, revogável por novas teorias que contradizem esse mesmo conhecimento adquirido, e considerado como sendo verdadeiro até determinado momento da História.

Por isso, podemos dizer que existem “opiniões racionais” ― aquelas que se baseiam na ciência e na lógica ― e “opiniões irracionais” ― aquelas que oferecem explicações para os fenómenos sem esforço intelectual e graças às quais podemos organizar sem contradições a realidade contraditória.

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