Individualismo
- Sentido comum: concepção segundo a qual o indivíduo constitui uma realidade primeira, essencial, e fundadora de qualquer valor.
- Sociologia: o "individualismo metodológico" é a teoria segundo a qual os fenómenos colectivos e sociais devem sempre, em última instância, ser explicados em termos individuais.
- Economia: doutrina que preconiza limitar o mais possível o papel do Estado nas actividades económicas e sociais, e de encorajar a iniciativa privada (px., Objectivismo, Neoliberalismo).
- Filosofia: doutrina segundo a qual a sociedade é formada por e para indivíduos.
O conceito moderno de individualismo do homem e da sociedade não existia da mesma forma entre os antigos. Para os gregos, por exemplo, o indivíduo não se imagina fora da cidade:
“Os indivíduos não passam de partes integrantes da sociedade […] todas inúteis se as separarmos, semelhantes às mãos e aos pés que, uma vez separados do corpo, só têm o nome e a aparência sem a realidade”. → Aristóteles, “A Política”.
Foi o Homem moderno (da Idade Moderna) que inventou esta ficção útil do contrato social celebrado entre indivíduos autónomos, calculadores e (alegadamente) racionais (utilitarismo). Desde então, o Estado está ao serviço de todos os indivíduos que, alegadamente, lhe pedem contas.
A concepção moderna de Direitos do Homem foi então promovida na cultura antropológica. Ou seja, a uma concepção holista da sociedade que fazia prevalecer o todo sobre as partes, sucedeu-lhe uma concepção individualista segundo a qual o indivíduo constitui o valor supremo.
As desvantagens das sociedades individualistas são a anomia, a fragmentação social, o isolamento do indivíduo face a um Estado plenipotenciário, a atomização social e o egoísmo que podem engendrar uma angústia insuportável, ao mesmo tempo que reivindicações discutíveis ou mesmo absurdas, como por exemplo, o “direito” das crianças a “divorciarem-se” dos seus pais, ou o “direito” de crianças com menos de 16 anos a “mudarem de sexo”.
Editado por (OBraga)