O conceito filosófico de “hábito” refere-se ao virtuosismo, que é uma espécie de “segunda memória” adquirida, que funciona sem a evocação de recordações e sem apelo à linguagem. A transformação da vontade, em hábito, é a condição de desenvolvimento da nossa própria vontade aplicada ao mundo exterior.
O hábito é também a condição da aprendizagem (Aristóteles). Sem o hábito da prática ritual da nossa religiosidade, não pode existir evolução espiritual propriamente dita. Por outro lado, o hábito, se limitado à nossa subjectividade, não tem um sentido objectivo: só na intersubjectividade – na partilha do hábito com os outros -, o hábito, transformando-se em um ritual colectivo, adquire um significado de evolução espiritual.
A negação do hábito intersubjectivo aplicado à religiosidade humana – a negação do ritual religioso propriamente dito – é uma idiossincrasia de tipo “New Age” que é falaciosa em si mesma, por um lado. e auto-contraditória, por outro lado, porque não existe qualquer possibilidade de progresso espiritual sem uma aprendizagem que depende do “hábito” ritualizado (intersubjectivo).
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