Espiral do silêncio
O termo “espiral do silêncio” foi cunhado pela filósofa política alemã Elisabeth Noelle-Neumann para explicar a razão pela qual as pessoas tendem a permanecer silenciosas quando têm a sensação — muitas vezes falsa! — de que as suas opiniões e mundividências estão em minoria. O modelo do conceito de "espiral do silêncio" baseia-se em três premissas:
- As pessoas têm uma intuição ou um sexto-sentido que lhes permite saber qual a tendência da opinião pública, mesmo sem ter acesso a sondagens;
- As pessoas têm medo de serem isoladas socialmente ou ostracizadas, e sabem qual o tipo de comportamento que poderá contribuir para esse isolamento social;
- As pessoas apresentam reticências ou até medo em expressar as suas opiniões minoritárias, por terem receio de sofrer o isolamento da sociedade ou do círculo social próximo.
Quanto mais uma pessoa acredita que a sua opinião sobre um determinado assunto está mais próxima da opinião pública julgada maioritária, maior probabilidade existe que essa pessoa expresse a sua opinião em público. Então, e se a opinião pública entretanto mudar, essa pessoa reconhecerá que a sua opinião não coincide já com a opinião da maioria, e por isso terá menos vontade de a expressar publicamente. E à medida em que a distância entre a opinião dessa pessoa e a opinião pública aumenta, aumenta a probabilidade de essa pessoa se calar e de se auto-censurar.
Os meios de comunicação social são um factor essencial de estabelecimento da “espiral do silêncio”, na medida em que formatam a opinião pública. Perante uma opinião pública formatada, as pessoas que não concordam com a mundividência politicamente correcta, emanada da comunicação social, entram em “espiral do silêncio” — muitas vezes constituindo uma “maioria silenciosa”.
Editado por (OBraga)