Segundo o conhecido psiquiatra francês Paul Sérieux, o elemento fundamental da condição psicopatológica do delírio interpretativo é a multiplicidade das interpretações delirantes, ou seja, “um raciocínio falso que tem como ponto de partida uma sensação real, um facto exacto, o qual em virtude de associações de ideias ligadas às tendências e à afectividade e através de induções ou deduções erradas, acaba por adquirir para o doente uma significação pessoal, pela qual tudo se coloca inexoravelmente em relação em torno desse facto”.
Segundo Paul Sérieux, o delírio interpretativo é uma psicose delirante crónica, sistematizada, de carácter não alucinatório que se caracteriza por:
- multiplicidade e organização de interpretações delirantes;
- ausência ou penúria de alucinações (contingentes);
- persistência da lucidez e da actividade psíquica;
- evolução através da extensão progressiva das interpretações;
- incurabilidade, sem demência terminal (Sérieux & Capgras, p. 4-5).
Ver, na Wikipédia em francês: Délire d’interprétation de Sérieux et Capgras
Ver também: Eugène Minkowski e Joseph Gabel
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