Sofista

Primitivamente, o sofista é um homem entendido no seu ofício, seja qual for.

A palavra adquire, muito depressa, o significado de “professor de sabedoria” — o sábio no sentido popular e vago do termo que se chamava “sophos”. A sua arte chamava-se sofistica.

Na prática, reservava-se este nome de “sofista” aos professores que se multiplicavam em Atenas na segunda metade do século V a.C. : ensinavam a retórica e as ciências da época, concretamente a astronomia e a física. Foram durante muito tempo desprezados, porque ensinavam por dinheiro, e também porque professavam opiniões subtis e audaciosas sobre questões da moral e da política.

Dois sofistas conquistaram uma fama notável: Górgias, de origem siciliana, que decalcou as teses do eleatismo, pretendendo “sucessivamente” que o ser não era, se o ser existe não pode ser conhecido, e, se pode ser conhecido, não pode ser transmitido por palavras.

Inversamente, Protágoras de Abdera defendia que todos os pensamentos são equivalentes porque contêm todos uma parte da verdade – o que exprime na sua celebre fórmula: “o homem é a medida de todas as coisas”.

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