Ciência

Ciência

do latim scientia, derivado de scire, “saber”.

  • Em sentido lato, significa "saber" em geral, e mesmo a habilidade técnica ou artística.
  • Entre os gregos, a ciência é o episteme: conhecimento simultaneamente eminente (um saber superior), universal (opõe-se à doxa ou opiniões particulares) e teórico (difere das aptidões práticas). Ou seja, o episteme é a filosofia.

Afirmar que “todas as ciências são exactas”, ou que “não há distinção entre ciências exactas e não-exactas”, é um erro do cientismo politicamente correcto.

Podemos distinguir três tipos de ciências:

1/ as ciências experimentais ou empíricas. Referem-se a um dado objecto na experiência e validam-se através de controlos experimentais;

2/ as ciências formais. São a matemática e a lógica, baseadas na dedução a partir de axiomas ou postulados. Nesta área não há qualquer necessidade de verificação experimental. Podemos até discutir aqui o nome de "ciência", visto que, sendo puramente formais, a matemática e a lógica não têm objecto exterior à sua construção.

3/ as ciências humanas, ou ciências sociais (História, sociologia, psicologia, economia, etc.). O seu estatuto é bastante controverso.

  • Ou consideramos, como o positivismo faz, que, se merecem o nome de "ciências", podemos aplicar-lhe os métodos e a linguagem da ciência experimental: reduzem-se, então, a um caso especial da ciência experimental, ao lado das ciências da natureza;
  • ou pensamos, pelo contrário, como por exemplo o filósofo alemão Wilhelm Dilthey (1833 – 1911), que há motivos para distinguir entre “ciências da natureza” e “ciências do espírito” e, portanto, em virtude da particularidade do seu objecto (o ser humano), as ciências humanas ou sociais dependem de um outro tipo de processo, fundado não sobre a verificação experimental, mas sobre a interpretação das intenções humanas (hermenêutica).


Editado por (OBraga)

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