Hermetismo
De Hermes, deus grego do conhecimento, identificado com o deus egípcio Thot sob o nome de Hermes Trismegisto, e ao qual se atribuem obras de magia e de astrologia no início do século I da Era cristã.
- Doutrina filosófica dos alquimistas resumida na Tábua de Esmeralda1 e baseada na correspondência entre o macrocosmo e o microcosmo.
A doutrina teve intérpretes e utilizadores na Idade Média2 e marcou o início da Escolástica. É depois retomada no Renascimento3 e mais tarde por Paracelso.
O Hermetismo influenciou o Iluminismo e o termo hermetismo foi retomado como rótulo para ocultismo, já no século XIX.
Actualização
O Hermetismo deriva o seu nome do deus grego Hermes, que é designado de Trismegistos (o “três vezes maior”). A religião mitológica grega clássica considera-o mensageiro dos deuses. No Egipto, foi equiparado ao deus Thoth, o escrivão dos deuses e o deus da sabedoria (o título “três vezes maior” tem origem em Thoth).
Hermes está associado a conteúdos astrológicos, mágicos e filosóficos. O Corpus Hermeticum, que nos chegou através da língua grega, é composto em 18 Tratados, dos quais o primeiro (Poimandres) era o mais conhecido e o mais importante para o conhecimento do Hermetismo. O Poimandres consiste num sincretismo de ideias aristotélicas, platónicas, estóicas e gnósticas. A sua intenção principal é a divulgação de uma gnose cujo conteúdo consiste no conhecimento de Deus e da salvação.
O Hermetismo desenvolve uma cosmogonia com a sucessão cosmogónica de hipóstases (influência neoplatónica ou anterior): Theo (deus), Aion, Kosmos, Kronos, genesis, etc., um mito do arcantropo (o ser humano primordial) e simultaneamente filho de Deus, Nous (espírito) que caiu na matéria (a Queda), e uma escatologia.
Existem algumas associações estóico-optimistas4, mas predomina um pessimismo gnóstico em relação ao mundo: o cosmo é visto como "plenitude" (Pleroma) do mal.
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